terça-feira, 10 de março de 2015

Hoje me perguntaram como eu estava me sentindo, minha resposta foi tão longa que mal pude dizer o que estava sentindo, na verdade. Eu sequer sei o que estou sentindo. Meu peito míngua toda vez que lembro que teus beijos já não tenho, que eu não te tenho; ou melhor, nunca tive de fato. Sei que à cada batida meu coração fica menor e eu mal posso respirar, sei que isso tudo é por conta desse medo absurdo de admitir que sou o ser humano mais fraco e egoísta que já existiu na Terra. Eu não sei dizer quando estou mal, quando algo me incomoda, quando dói. Eu não sei aceitar com o peito aberto, mesmo quando as coisas não são para acontecer.
A minha única alternativa sempre foi fugir, sem olhar para trás e/ou pensar que ainda dá tempo de lutar. Ainda dá tempo de pedir "fica mais um pouco. Fica?". Eu nunca soube o porquê das pessoas lutarem tanto e se empenharem tanto para manter alguém do lado, sempre acho egoísta da parte da maiora. As incertezas me matam, mas prefiro mantê-las que alimentar no peito algo que me machuque depois. Porém acho que não existe nada mais bonito que ter forças para correr atrás e pedir com toda alma para que a pessoa continue do teu lado, mesmo sabendo que tudo é incerto. Que talvez ela não fique.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Valeu e vale à pena me apaixonar por você todos os dias, valeu à pena me apaixonar pelos teus olhos, que perfuram minh’alma. Porque sei que apesar dos apesares, teus olhos são o que vão me restar quando nada estiver bem, quando nada fizer sentido. Eu te sinto todos os dias, mesmo quando o dia não vem, mesmo quando não tenho teu beijo, mesmo quando não sinto teu corpo junto do meu. Quando me vejo, te vejo por perto independentemente da situação. Tem um buraco no meu peito que se abre cada vez que não te vejo direito, cada vez que estamos mal uma com à outra, cada vez que cê some sem dar explicação.
Meu peito se acostumou à você, meus olhos se acostumaram à você. Eu te amo, mesmo sem ter-te para mim. Amor vai além de quaisquer coisas que venham à suceder com o passar da vida e por isso: te amo.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

MÁQUINA FOTOGRÁFICA

Captas agora para a posteridade
Aquele instante pela câmara aberta
Um fragmento da eterna verdade
Pareces viver vidas multifacetadas
Não importa se é dor ou tormento
É como subir ou descer escadas
Como se a vida ficasse suspensa
Vais ao âmago de cada essência
Como quem age e nunca pensa
És pessoas, seres vivos e a Natureza
Não fazes juízos de valor, apenas sentes
Que tudo e todos são feitos de pureza
Para quem tenha os sentidos apurados
Sentes cada sílaba do verbo amar
Sejam tristes ou alegres os apanhados
De tudo o que te rodeia e acontece
És a presença seja rápida ou lenta
Das teias que a Grande Vida tece

Máquina fotográfica sempre alerta
Vais observando cada momento
Entregas-te com toda a veemência
Queres e vives sempre no presente
Até os aromas sabes e queres captar
És sentinela viva e sempre atenta


(José Antônio)